terça-feira, 29 de novembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Memória é uma coisa engraçada...lembro de tudo que queria esquecer, esqueço tudo que preciso lembrar.

domingo, 27 de novembro de 2011

Recomeçar!

Não importa aonde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado...
Chorou muito?
Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque você fechou as portas até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da sua melhora...
Pois é...
Agora é hora de reiniciar...
De pensar na luz...
De encontrar prazer nas coisas mais simples de novo...
Que tal um novo emprego?
Um corte de cabelo arrojado...
Diferente?
Um novo curso...
Ou aquele velho desejo de aprender a pintar...
Desenhar...
Dominar o computador...
Ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio...
Quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus, o esperando.
Está se sentindo sozinho?
Besteira...
Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso seu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza...
Nem nós mesmos nos suportamos...
Ficamos horríveis...
O mau humor vai comendo nosso fígado...
Até a boca fica amarga!
Recomeçar...
Hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
Ir alto...
Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Queira coisas boas para a vida...
Pensando assim trazemos para nós aquilo que desejamos...
Se pensamos pequeno...
Coisas pequenas teremos...
Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é o hoje o dia da faxina mental...
Joga fora tudo que te prende ao passado...
Ao mundinho de coisas tristes...
Fotos...
Peças de roupa, papel de bala...
Ingressos de cinema, bilhete de viagens...
E toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...
Jogue tudo fora...
Mas, principalmente, esvazie seu coração...
Fique pronto para a vida...
Para um novo amor...
Lembre-se: somos apaixonáveis...
Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
Afinal de contas...
Nós somos o "Amor".
"Sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura".

  Paulo Roberto Gaefke
“Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos.....” 

Martha Medeiros

Onde você coloca o sal?


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

-Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
-Ruim. - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.
Então o velho disse:
-Beba um pouco dessa água. - Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-Qual é o gosto?
-Bom! - disse o rapaz.
-Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.
-Não. - disse o jovem.
O Mestre, então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
-A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:
"É deixar de ser copo para tornar-se um lago".
 A gente cresce, fica alto, mais velho... Mas, na maioria dos casos, a gente ainda é um bando de crianças correndo no parquinho desesperados para entrar num grupo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

 Foi muito lindo te ver pela primeira vez e pensar, sem palavras: eu quero.
 Caio F Abreu

domingo, 20 de novembro de 2011


É revoltante quando vemos os caminhos que nosso país toma em nome do desenvolvimento, do crescimento, eu me pergunto que crescimento e desenvolvimento são esses??
Como a destruição de uma floresta, o desvio do curso natural de um rio, a retirada de mais de 15 etnias de sua terra, a morte de milhares de animais e plantas, podem ajudar nesse crescimento??
Não há explicação para tamanha BURRICE, sim porque é disso que se trata BURRICE, o governo brasileiro e suas notórias autoridades dizem estar investindo no futuro do país, mas que futuro eles prevêem para as pessoas que vivem daquela terra, que se sustentam daquela floresta, que necessitam daquele chão? Nenhuma perspectiva é o que temos, caso esse absurdo ocorra.
Nós temos sim como gerar energia através de formas menos agressivas ao meio ambiente, de forma que não só os índigenas, mas que a floresta se mantenha em pé, que os animais que lá vivem não morram.
Hoje eu chorei ao assistir a um vídeo feito por um grupo de pessoas que tem muita consciência sobre todos os resultados da contrução que a hidrelétrica terá sobre a vida, não são somente os índios que devem se indignar com essa construção, quem vive nas cidades também será afetado, ou você acha que só porque não está naquela região tambem não será atingido? O planeta inteiro, não só nós brasileiros, não somente os índios, não somente os animais de lá serão afetados negativamente, com a derrubada das florestas e com o alagamento da extensa área em questão, aumenta a emissão de CO2 na atmosfera, diminui ainda mais o número de espécies da região e espécies migratórias entre tantos outros problemas.
Para onde o povo índigena vai, onde essas famílias irão morar, de onde esse povo vai tirar o seu sustento?
Será que o governo não pensa nas consequências que isso tudo traz? Não creio que seja possível que ainda existem pessoas a favor disso, e o que me entristece e ao mesmo tempo me revolta ainda mais é que sim, há pessoas interessadas que a contrução de Belo Monte saia do papel e se torne real, que as indústrias, as maiores interessadas podem ganhar e lucrar, com a destruição de várias culturas, com a morte de animais, com o fim de uma floresta que já alimentou a tantos e que cuida zelosamente dos que dela sobrevivem.
Não podemos nos tornar cúmplices desse atentado terrorista a nossa floresta, aos nossos índios, a nossa fauna e flora tão ricas de diversidades, não podemos deixar que parte de nosso coração seja cortado.
Proteste, grite, se levante contra isso, participe das assinaturas, não fique parado vendo o futuro do país e do planeta ser destruido, faça isso por você, faça isso pelas milhares de pessoas que vivem daquela terra, faça isso para que num futuro não muito distante você possa ter orgulho de dizer aos seus filhos, netos, bisnetos
e quem mais for possível dizer, que você ajudou para que uma injustiça não acontecesse, que você colaborou para que famílias inteiras pudessem ter o direito de se manter em suas terras, para que animais não fossem mortos e para que uma geração futura possa ver de pé um manto verde sobre a terra.

Hélen Gomes, 21/11/2011.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011


"Hoje me deu vontade de agradecer à vida. Hoje percebi que devo agradecer todos os dias pelo sorriso sincero, o abraço apertado, o beijo de boa noite, o sermão escutado. É que hoje me deu uma certa pressa de ser feliz e não perder um minuto sequer."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira!


Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
 Clarice Linspector.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


O desastre está no fato de que tudo parece natural, inevitável, sem alternativa, incontornável, e o que é pior: consegue nos convencer de que tudo isso é necessário.
A indiferença acaba permitindo nossa adesão passiva à realidade que nos é imposta.
Não estamos diante de um fato consumado, estamos trancados nele, muitos estão acordados, mas fazem de conta que estão dormindo.

José Saramago

domingo, 13 de novembro de 2011

Adoro sepulcros caiados e lágrimas de crocodilo

  
Eu adoro a estética da corrupção. Adoro a semiologia dos casos cabeludos sob suspeita, adoro a reação dos implicados, adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV, ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes e, mais que tudo, lágrimas de crocodilo.

Todos alegam que são sérios, donos de empresas "impecáveis". Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", uma dentro da outra, en abîme , sempre têm holdings, subsidiárias, são firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, todas vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações.


Me emociona a amizade dentro das famílias corruptas, principalmente no Nordeste. Ohh, Deus! Lá, creio eu, há mais amor do que entre picaretas paulistas ou cariocas. Lá existe uma simbiose maior no parentesco, mais calor humano, mais "fio de bigode". São inúmeros os primos, tios, ex-sócios, ex-mulheres que assumem os contratos de gaveta, os recibos falsos, todos labutando unidos, como Ali Babás sincronizados. Baixa-me imensa nostalgia de uma família que não tenho e fico imaginando os cálidos abraços, os sussurros de segredo nos cantos das casas avarandadas, o piscar de olhos matreiros, as cotoveladas cúmplices quando uma verba é liberada pela Sudam em 24 horas, os charutos comemorativos; tenho inveja dos vastos jantares nordestinos, repletos de moquecas e gargalhadas, piadas, dichotes, sacanagens tão jucundas, tão "coisas nossas", tão "alagoas", que me despertam ternura pela preciosidade antropológica de imagens como a piscina verde em Canapi, a barriga de Joãozinho Malta (lembra m?), a careca do PC Farias e as sobrancelhas de Jader. Esses signos e símbolos muito nos ensinaram sobre o Brasil real.


Adoro também ver as caras dos canalhas. Muitos são bochechudos, muitos têm cachaços grossos, contrastando com o style dos populares magros de seca, de fome, proletários chiques, elegantérrimos pela dieta da miséria.


Todos acumulam as mesmas riquezas: piscinas, fazendas, lanchões, miamis, todos têm amantes, todos têm mulheres desprezadas e tristes, com filhos oligofrênicos, deformados pelas doenças atávicas dos pais e dos avós.


Aprecio muito os bigodões e bigodinhos. Nas oligarquias, eles não usam a bigodeira severa de um Olívio Dutra, babando severidade, com um eco de stalinismo e machismo gaúcho, não. Os bigodes corruptos são matreiros, bigodes que ocultam origens humildes criadas à farinha d'água e batata-de-umbu, na clara ocultação de um acismo contra si mesmos, camuflando os ancestrais brancos cruzados com índios e negros, raquíticos por séculos de patrimonialismo.


Também gosto muito do vocabulário dos velhacos e tartufos. É delicioso ver a ciranda das caras indignadas na TV, as juras de honestidade, é delicioso ouvir as interjeições e adjetivos raros : "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias"... 
São palavras que ficam dormindo em estado de dicionário e só despertam na hora de negar as roubalheiras. São termos solenes, ao contrário das gravações em telefone, onde só rolam palavrões: "Manda a grana logo para o f.d.p. do banco, que é um grande *#@, senão eu vou #@** a mãe deste *#&@."

Outra coisa maravilhosa nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? D. Sirleide, aquela mulher ali, loura, popozuda, de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não".


E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, eles cheiram a grana como perdigueiros e, no entanto, se justificam: "Ihhh... como será que apareceu um milhão de reais na minha gaveta? Nem reparei. Ahhh... essa minha memória!..."


Adoro também ver as fotos das placas da Sudam. Sempre aparece um terreno baldio com a placa da Sudam e o nome pomposo da empresa fantasma, onde, às vezes, ao longe, um burro pensativo pasta...


E o objetivo "social" dos financiamentos da Sudam, da Sudene? Nunca é uma empresa para desenvolver algo; são ranários de 10 milhões, fabricas de componentes para piscinas, empresas de ursinhos de pelúcia, ou esta maravilhosa Usimar, que ia custar um bilhão de reais para fazer peças de carro, mais caro que três General Motors na caatinga.


Amo também ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da mão grande, surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares na cinta, cínica serenidade de cafajestes e, por trás deles, vemos as faculdades malfeitas, as chicaninhas decoradas, os diplomas comprados.


E logo acorrem os juízes das comarcas amigas, que dão liminares e mandados de segurança de madrugada, de pijama, no sólido apadrinhamento oligárquico, na cordialidade forense e freguesa, feita de protelações, desaforamentos,instâncias infinitas, até o momento em que surge um juiz decente e jovem, que condena alguém e é logo chamado exibicionista"...


Adoro as imposturas, as perfídias, as tretas, as burlarias, os sepulcros caiados, os cantos de sereia, as carícias de gato, os beijos de Judas, os abraços de tamanduá.


Adoro tudo, adoro a paisagem vagabunda de nossa vida brasileira, adoro esses exemplos de sordidez descarada, que tanto nos ensinam sobre o nosso Brasil.


Sou-lhes grato pelas sujas lições de antropologia, verdadeiros "gilbertos freyres" da endêmica sem-vergonhice nacional.


Só um sentimento me atormenta o coração: não sei porquê, também me passa pela cabeça a imagem dos corruptos chineses condenados e ajoelhados no chão, com o soldado alojando-lhes uma bala de fuzil na nuca.


Penso nestas cenas e sinto uma grande inveja da China. Por que será?


Por Arnaldo Jabor.

MENINOS, EU VI... VOCÊS VIRAM TAMBÉM, MAS ACHO QUE ESQUECERAM

 
Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a notícia: "Getúlio deu um tiro no peito!"
Eu, pequeno, imaginava o peito sangrando - como é que um homem sai da presidência para o nada?

Meninos, eu ouvi, anos depois, no estribo de um bonde:
"O Jânio renunciou!"
Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni, briga de galo e de dar uma medalha para o Che, eu vi a história andando em marcha a ré e eu entendi ali, com o Jânio saindo, que os bons tempos da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja e negra estava a caminho como um trem fantasma andando pra trás.

Depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o General Mourão Filho tomava a cidade, dizendo:
"Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!"

Eu vi, meninos, como num pesadelo, a população festejando a vitória do fascismo, com velas na janela e rosários na mão; vi a capa do "O Cruzeiro" com o novo presidente da República de boné verde, baixinho, feio, quem era?
Era o Castelo Branco e senti que surgia ali um outro Brasil desconhecido e, aí, eu vi as pedras, os anúncios, os ônibus, os postes, o meio-fio, os pneus dos carros, como um filme de horror; Eu, que vivera até então de palavras utópicas, estava sendo humilhado pela invasão do terrível mundo das coisas reais.

Depois, vi a tristeza dos dias militares, "Brasil ame-o ou deixe-o", a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto patético de Costa e Silva,a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso.
Vi e ouvi Jorge Curi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro lendo o AI-5, o fim de todas as liberdades, a morte espreitando nas esquinas, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra;

Depois, vi o rosto terrível do Médici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, muito magra, infeliz, vi tudo misturado com a Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heróicos e loucos, eu sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues;

Não vi, mas muitos viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos pelotões, enquanto, em S.Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro, enquanto as cachoeiras de Sete Quedas desapareciam de repente;

Depois eu vi os órgãos genitais do General Figueiredo, sobressaindo em sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, nu, para a nação contemplar, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o país falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa.

Vi, as grandes marchas pelas "diretas" e vi, estarrecido, um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo na hora da posse e matando o homem, diante de nosso desespero.

E eu vi então a democracia restaurada pelo bigodão de Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido;
Vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, a impossibilidade de governar o país, a inflação chegando a 80 por cento num único mês.

Meninos, eu vi as maquininhas do supermercado fazendo tlec tlec tlec como matracas fúnebres de nossa tragédia.
Eu vi tanta coisa, meninos, eu vi a inflação comer salários dos mais pobres a 2% ao dia.
Eu vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária, não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia.
Mas vi os bancos ganhando bilhões no over e no spread , dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida.

Eu vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado, eu vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política "aveadada", dizendo:
"Ele é macho, bonito e vai nos salvar...".
Eu vi o Collor tascar a grana do país todo e depois a nação passar dois anos "de quatro", olhando pelo buraco da fechadura da Casa da Dinda, para saber o que nos esperava.
Eu vi Rosane Collor chorando porque o presidente tirara a aliança.
Eu vi a barriga de Joãozinho Malta, irmão da primeira-dama, dando tiros nas pessoas, eu vi a piscina azul no meio da caatinga, eu vi depois a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim.
Eu vi Zélia dançando o bolero com Cabral em cima de nossa cara, eu vi a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro e, depois, como numa saga grega, eu vi o câncer corroendo-lhe a cabeça.

Eu vi o impeachment , eu vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por acaso, por mero acaso, por uma paixão de Itamar, eu vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história num antro de fisiológicos e ignorantes.

E, aí, eu vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, eu vi a inveja repulsiva da Academia contra ele, eu vi a traição de seus aliados, todos unidos contra as reformas, uns agarrados na corrupção e outros na sobrevida de suas doenças ideológicas infantis.

E agora eu vejo o estranho desejo de regresso ao mundo do atraso, do erro e das velhas utopias. Vejo a direita se organizando para cooptar a oposição, comendo-a, vejo um exército de oligarcas se preparando para a vingança, vejo ACM, Barbalhos e Sarneys prontos para tomar o Congresso de assalto, para impedir qualquer mudança e voltar aos bons tempos da zona geral.

Meninos, vocês viram também, mas acho que esqueceram. 
 
 
Por Arnaldo Jabor.

sábado, 12 de novembro de 2011

 Já perdi quem amava, já ganhei quem não esperava.
Já esperei telefonemas que nunca recebi, já recebi telefonemas que nunca esperei.
Já deixei de fazer coisas que por tempos idealizei, já realizei coisas que nunca imaginei.
A vida é assim faz coisas que não imaginamos, nos surpreende.
Nos mostra que nem tudo aquilo que planejamos é bom, mas que o que não esperamos pode ser a melhor coisa a se fazer.
O inesperado pode ser o melhor pra você!!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

[Do Bem o do Mal]


No fundo, não há bons nem maus.
Há apenas os que sentem prazer em fazer o bem e os que sentem prazer em fazer o mal. 
Tudo é volúpia..

Não são as espécies mais fortes que sobrevivem nem as mais inteligentes, e sim as mais suscetíveis a mudanças.

Charles Darwin

Ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Eu não tenho mais tempo para ser aquela pessoa certa na tua hora errada. 

Marta de Queiroz
 Eu constantemente sinto saudade das coisas que perco mas não as quero de volta.
Já doeu uma vez!!!

domingo, 6 de novembro de 2011

 Eu não sou promíscua.
Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

Clarice Lispector

Minha alma tem o peso da luz.


Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

Clarice Lispector
Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Clarice Lispector
Eu gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas."

Tati Bernardi
 Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele.
É me sentir confortável, mesmo convivendo com tantas perguntas que o tempo não respondeu e com a ausência de qualquer garantia de que ele ainda responda.
É me sentir confortável, mesmo entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já mudaram, e que também mudarei, como eu tanto já mudei.

Ana Jácomo
Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança.
Do medo uma escada.
Do sonho uma ponte.
Da procura um encontro!

Fernando Sabino

"Não há arauto mais perfeito da alegria do que o silêncio."


William Shakespeare

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, tô despreocupado, com a vida eu tô de bem."
 

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Sorria!
Sorrir abre caminhos, desarma os mal-humorados, contamina. Mas sorria com a alma, não apenas com os lábios."